Com a colaboração de Lucas Tadeu, de São Paulo
O Rio Grande do Sul está enfrentando temporais e chuvas intensas, o estado está sendo “atacado” por frentes frias vindas do sul do continente, mas que não conseguem progredir devido a uma zona de alta pressão no centro do Brasil, funcionando como uma muralha.
Segundo dados divulgados pelo governo do Rio Grande do Sul no início da noite desta sexta-feira (3), o número de mortos em razão das fortes chuvas que atingem o estado desde o início da semana subiu para 39.
Ao todo, 265 municípios foram afetados, mais da metade do estado gaúcho.
O estado contabiliza, por enquanto, 74 feridos, e outros 68 desaparecidos. Ao todo, 351.639 pessoas foram afetadas pelas tempestades em território gaúcho, sendo que 24.080 estão desalojadas e 8.168 estão em abrigos.
Situação de emergência
O governo decretou estado de calamidade, situação que foi reconhecida pelo governo federal. Com isso, o estado fica apto a solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.
A Defesa Civil colocou a maior parte das bacias hidrográficas do estado com risco de elevação das águas acima da cota de inundação.
Volume de chuvas
A cidade de Fontoura Xavier é o município que registrou o maior volume de chuva do Estado, com 500,6 milímetros entre as 12h de terça e as 12h de quarta.
O volume é mais de três vezes maior do que a média histórica do município – 146 milímetros. Os dados são do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Sete cidades do Estado gaúcho estão entre as 10 com mais volume de chuvas registrado no mundo nas últimas 24 horas, segundo o serviço de meteorologia Ogimet, que possui base em mais de 6,6 mil estações em vários países.
A cidade de Santa Maria, apesar de não aparecer nesta lista, é uma das mais afetadas pela chuva, com desmoronamento de encostas, obstruções e bloqueios em vias urbanas e rurais. Onze pontes caíram e há áreas de inundação em diversos pontos. Ao menos duas pessoas morreram.
Interdição de pontes
O Governo Federal interditou, nesta sexta-feira (3), as pontes sobre o Rio Guaíba, em Porto Alegre, após o volume de água superar 4,6 metros acima do nível normal. O trânsito no local só será permitido para ambulâncias e veículos que atuam para o resgate de vítimas.
Rompimento de barragens
Na tarde de quinta-feira (2), houve o rompimento parcial da barragem 14 de julho, que faz parte da Usina Hidrelétrica 14 de julho, localizada no Rio das Antas, entre os municípios de Cotiporã e Bento Gonçalves.
O prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Segabinazzi (PSDB), pediu para que as pessoas que moram às margens dos Rios Taquari e das Antas saíam do local o mais rápido possível, pois a tendência é que o nível do rio suba de dois a quatro metros.
Hospital de Canoas
O Hospital de Pronto Socorro em Canoas (RS) ficou alagado e precisou ser evacuado na manhã deste sábado (4). Alguns pacientes precisaram ser transferidos de helicóptero para outras unidades de saúde.
A prefeitura diz que a prioridade no Hospital de Pronto Socorro de Canoas é salvar vidas e transferir todos os pacientes com segurança. Em caso de emergências médicas, a administração municipal orienta que a população deve procurar, exclusivamente, o Hospital Nossa Senhora das Graças.
Fechamento do Aeroporto
A concessionária que administra o Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, informou na noite de sexta-feira(3), que suspendeu por tempo indeterminado os pousos e decolagens no local.
De acordo com a Fraport Brasil, a decisão foi tomada para garantir a segurança de funcionários e passageiros diante do estado de calamidade provocado pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul.
‘Enem dos Concursos’
Diante das enchentes históricas, o governo Lula decidiu adiar as provas do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), ou “Enem dos Concursos”, previstas para o domingo. A informação foi confirmada pelo governo federal na tarde da sexta-feira (3).
Esta reportagem está em constante atualização
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