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Professora denuncia assédio em SP e mãe culpa vítima: 'instiga o desejo dos alunos'

A professora informou o corpo pedagógico da escola que adotou medidas, convocando o estudante e sua mãe para uma conversa




Foto de Tarun Savvy na Unsplash
Foto de Tarun Savvy na Unsplash

Uma professora de uma escola em São Paulo denunciou ter sido vítima de assédio sexual por um aluno de 14 anos. Segundo relatos, o estudante enviou um vídeo íntimo para a docente após assistir a uma gravação de seu treino publicada em uma rede social.


A professora comunicou o incidente ao corpo pedagógico da escola, que convocou a mãe do aluno para discutir ética e assédio no ambiente digital. No entanto, a mãe do menino reagiu de forma controversa, afirmando que a professora era responsável pelo comportamento do filho, pois seus vídeos "instigavam o desejo dos alunos" e ela era "muito bonita pra ser professora".


O caso gerou indignação nas redes sociais, com muitos criticando a reação da mãe do aluno e defendendo a professora. De acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), a identidade dos envolvidos foi preservada.


O impacto do ambiente digital e familiar no comportamento dos adolescentes


A forma como ambientes digitais influenciam a socialização de crianças e adolescentes ainda é um tema em investigação. Segundo Kae Leopoldo, psicólogo e pesquisador, essa fase da vida é crucial para o desenvolvimento de habilidades sociais, e a imersão precoce nas redes pode alterar significativamente esse processo.


Leopoldo aponta, que o afastamento das interações presenciais, aliado à sensação de anonimato proporcionada pelo ambiente digital, pode estimular comportamentos agressivos, incluindo ameaças verbais. Além disso, a falta de contato direto com outras pessoas pode reduzir a empatia, tornando as interações virtuais mais hostis. "Como as plataformas digitais estão em constante transformação, estudiosos destacam a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre os efeitos desse fenômeno nas novas gerações", afirmou o psicólogo.


"A dinâmica familiar, pauta muitos aspectos da vida desse adolescente. Então, o comportamento virtual dos pais também pauta como será o comportamento dos filhos. Não é algo 100%, mas tem uma grande influência no comportamento desses adolescentes na internet", conclui Kae.


Já a psicóloga Fernanda Wurcker, alerta que o uso das redes sociais pode trazer benefícios para os adolescentes, desde que feito com moderação. "O excesso de tempo dedicado ao celular pode levar à dependência digital, afetando não apenas a saúde mental, mas também aspectos físicos, como a qualidade do sono e a visão" afirma Fernanda.


O impacto das redes pode ser semelhante ao de substâncias viciantes, tornando essencial que os pais monitorem e estabeleçam limites para o tempo de uso. A recomendação é incentivar atividades alternativas, como esportes e interações presenciais, para equilibrar a rotina dos jovens. Uma estratégia sugerida pela psicóloga é o uso de alarmes no celular para limitar o tempo de exposição, garantindo que o uso das plataformas digitais ocorra de forma saudável e sem prejuízos ao desenvolvimento dos adolescentes.


As estratégias psicológicas e educacionais para lidar com o impacto das redes sociais na juventude ainda estão em constante evolução. Afinal, o uso massivo dessas plataformas é um fenômeno recente, e pesquisadores seguem estudando seus efeitos e as melhores formas de intervenção.


Manter conversas horizontais, em que pais ou responsáveis ouvem e compreendem a perspectiva dos adolescentes, é essencial para fortalecer os laços familiares e compreender os desafios do mundo digital. Esse tipo de abordagem evita que repreensões sem planejamento acabem afastando os jovens, dificultando futuras interações que poderiam incentivar comportamentos mais saudáveis no ambiente virtual.

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