Lula critica tarifas de Trump e alerta para riscos de guerra comercial
- Lara Andrade
- há 6 dias
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Sem citar nomes, a declaração do Presidente do Brasil foi feita durante cúpula da Celac

Durante a abertura da cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), realizada nesta quarta-feira (9) em Tegucigalpa, capital de Honduras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou indiretamente as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump. Sem mencionar diretamente o nome do presidente americano, Lula alertou que "guerras comerciais não têm vencedores".
Em seu discurso, o presidente brasileiro condenou o uso de "tarifas arbitrárias", afirmando que medidas desse tipo desestabilizam as economias nacionais e geram aumento nos preços. A fala vem em meio à crescente tensão entre Estados Unidos e China, intensificada após o anúncio de novas tarifas americanas sobre produtos chineses.
Lula também aproveitou o momento para criticar as políticas anti-imigração adotadas por alguns países, novamente sem citar nomes. “Migrantes são criminalizados e deportados em condições degradantes”, declarou. Alertou ainda para o risco da América Latina e o Caribe voltarem a ser tratados como zona de influência em nova disputa global entre potências.
“Se seguirmos separados, corremos o risco de regredir. O momento exige que deixemos as diferenças de lado”, afirmou.
O Brasil apresentou três propostas durante a cúpula: lançar uma candidatura única da região à liderança da ONU, preferencialmente de uma mulher, para o próximo ano; reativar um grupo de trabalho sobre migrações; e elaborar uma declaração conjunta sobre mulheres, paz e segurança.
A reunião ocorre em um contexto delicado, logo após o chamado “tarifaço” de Trump. Como apontou o colunista Jamil Chade, do UOL, não há consenso entre os 33 países participantes sobre o texto da declaração final. O processo tem sido marcado por divergências e aproximações estratégicas entre alguns governos latino-americanos e os Estados Unidos. Um dos principais impasses envolve a Argentina, considerada uma aliada próxima de Trump.